Com a proximidade do lançamento do Windows 7, a Free Software Foundation colocou no ar a campanha Windows 7 Sins (um trocadilho entre a versão do programa e os sete pecados capitais, que pode ser traduzido como “Os sete pecados do Windows 7”). Apesar do nome a iniciativa não critica o sistema operacional em si, e na verdade é um ataque às práticas de sua criadora, a Microsoft.
A empresa é acusada de prejudicar iniciativas educacionais em nome dos lucros, adotar e promover o uso de DRM, prejudicar a segurança de milhares de computadores ao redor do mundo através de falhas em seu software, práticas de mercado monopolistas, negligência na adoção e disseminação de padrões, “lock in” (projetar produtos e serviços de forma que os usuários fiquem presos a eles) e invasão de privacidade.
A idéia não é nova, a FSF já tentou algo parecido alguns anos atrás no lançamento do Windows Vista com o site BadVista. Além do novo site, a organização enviou uma carta à 499 das 500 maiores empresas do mundo (a exceção foi a propria Microsoft), na qual tenta pregar seu ponto de vista junto aos formadores de opinião.
Rafael Rigues, editor do canal de tecnologia do iG e ex-editor de revistas de software livre, não se sentiu especialmente tocado: “Infelizmente, a campanha comete o mesmo erro clássico da FSF de vender apenas ideologia e liberdade. Em todo o site, apenas um parágrafo é destinado ao Software Livre, e ainda assim usando a velha máxima de ‘você pode modificar o código!’, que usualmente não faz sentido para o usuário comum, nem para as empresas como as que são alvo da campanha. Do contrário, a campanha deveria informar o que vão ganhar com Software Livre, em termos práticos”.
Segundo Rigues, seria mais adequado, por exemplo, contrapor cada “pecado” do Windows 7 com uma virtude. “Um argumento mais eficaz seria, por exemplo, ‘O Windows é inseguro, e o Software Livre é X % mais seguro que o Windows, de acordo com estudos da consultoria Y. Isso pode gerar uma economia em custos de TI de Z mil dólares ao longo de um ano em uma empresa com 20 funcionários’, ou algo parecido”.
No site oficial da campanha (
windows7sins.org) os interessados encontram a lista de pecados, a carta envida às empresas, pôsteres e banners para adicionar a seus sites. A FSF também coleta doações em prol da causa: cada doação de US$ 25 resulta em 50 novas cartas enviadas a empresas norte-americanas, e US$ 100 resultam em 200 cartas.
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